Depois de 3 meses
Post que era email e agora virou post, beeem atrasado.
Aterrisei. Foram exatos 3 meses até que eu me sentisse realmente em casa. Quem conviveu comigo de dezembro até aqui tolerou uma Ana Cristina esquisita, aérea, suspirante e melancólica. Eu estava distante e não conseguia deixar que meu 2008 fosse embora. Não me culpo. Talvez tenha sido o ano mais intenso de minha vida e trouxe consigo uma enxurrada de pessoas maravilhosas de quem tenho infinita saudade. No início eu não gostava do Chile, depois me apaixonei. Foram 3 meses para me acostumar lá. E 3 meses para me reacostumar aqui.
Os tais 3 meses venceram no último fim de semana. Eu estava em São Paulo. Fui ver os shows de Los Hermanos, Kraftwerk e Radiohead, presente de aniversário que veio adiantado alguns meses. Coisas do Kico.
Na ida, fomos escutando Kraftwerk e depois "Radio Kico internacional", um cd com 8 horas de música internacional sem repetir banda. A função random embaralhou tudo e nos solapou os ouvidos com Nick Cave seguido de Jacksons Five, Smashing Pumpkins com Depeche Mode, Bjork com Soda Stereo, David Bowie, Soundgarden, Blonde, The Supremes e o que mais a sua mente fértil conseguir lembrar que existe ou existiu. Uma festa.
Já no hotel onde o casal Kico/Dani se hospedaria, saímos para comer uma comida mexicana horrorosa, depois fui raptada por Kelly, que me levou a um restaurante Chileno e depois um barzinho muito do legal, lá na Lapa. Qualquer minuto meu com Kelly é de engasgar de tanto rir - o lado retardado do nosso humor combina muito bem, obrigada. Domingo de manhã tomamos um táxi desaforado pro Mercado Central pra tomar café da manhã, depois fomos passear pela feira da Liberdade.
À tarde Kelly me devolveu ao hotel e seguimos pro show, Kico, Dani, Papagaio e eu. Ótimas companhias. Kico e Papagaio são dois alucinados por música e conversavam animados enquanto eu tentava reconhecer metade dos nomes de bandas, músicos e músicas que eles citavam.
O show dos Hermanos foi bem morno, embora o repertório tenha sido bom. Gritinhos histéricos de fãs descontrolados não condiziam com o que estava no palco: um Marcelo Camelo e um Amarante tentando forçar um entrosamento que não aconteceu de verdade - só quase. Mas foi bom estar ali no "show da volta" - será?
Kraftwerk era quem eu realmente queria ver, afinal, é a banda que inventou a música pop eletrônica. O show foi legal, mas sem surpresas. Houve alguns probleminhas técnicos e quase nenhuma empolgação do público. Mas valeu a pena ser testemunha ocular desses caras a quem todos os DJs e bandas eletrônicas do mundo devem até as cuecas. A música Numbers, um funkão de 1981, balançou a galera. Olhe só que coisa mais a frente de seu tempo:
http://www.youtube.com/watch?
O show do Radiohead não dá nem pra começar a explicar. Fez arrepiar até a planta dos pés - embora estivessem meio anestesiadas depois de muitas horas em pé. A performance impecável, a estética inebriante e a qualidade absurda do som deles explicaram porque eles são uma das bandas mais influentes dos últimos 20 anos. Tom Yorke, o homem da pestana caída, virou uma minhoca no palco, principalmente na faixa Idioteque - que sonzeira!
Quando tocaram o classiquíssimo "Paranoid Android", o público foi ao delírio. Um momento para ficar eternizado. Valeu cada segundo, cada acorde. Finalmente vieram ao Brasil! E eu estava lá. Obrigada, Kico e Dani. Obrigada, Kelly.
Alexal, uma pena não termos nos visto.
Alessandra, foi por isto que eu não fiquei em BH pra te ver. Tentei te ligar mas não consegui falar. :o(
Este é o email oficial da volta. Finalmente entrei em 2009. Voltei ao Brasil, antes de corpo, agora de alma.
Impávido Colosso, pátria amada, Brasil. Tava com saudade de escrever. :o)
Fotos: http://picasaweb.google.com.
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