Agora que o coelhinho foi embora...
Todo ano é a mesma ladainha: religiosos resmungam pelos cantos da cidade que Páscoa agora é coelhinho e ovos de chocolate. Também fico chateada, não vou negar. Mas não quero gastar tempo falando de chocolates e coelhinhos e de como o comércio se aproveita de datas como esta. Hoje não. O coelhinho já foi embora.
Há duas semanas, Anis Leão publicou na Folha do Povo, em Itaúna-MG, um texto de beleza inenarrável, sobre os motivos de sua adoração ao Espírito Santo. Veio como sonda a varrer meu interior. Senti que o próprio objeto da adoração falava pela pena de Anis. E quero dizer que adoro o Espírito Santo porque Ele me convenceu, com sua Graça Irresistível, que Ele mesmo, Poder de Deus, estava ali para ressuscitar o Filho e vencer o aguilhão da morte. Esta é a nossa Páscoa.
Os hebreus celebraram a Páscoa pela primeira vez na noite que antecedeu à saída do Egito. Embora pareça não haver conexão entre aquela e esta Páscoa que celebramos atualmente, o objetivo, na verdade, permanece o mesmo, o de festejar a libertação. Naquela ocasião, cada família deveria sacrificar um cordeiro macho, sem defeito, e comer toda a carne. O sangue do animal deveria ser aspergido na porta de entrada da casa, em sinal de consagração. Nas gerações seguintes, os hebreus mantiveram a festa da Páscoa em memória da grande libertação da escravidão vivida no Egito. O ritual determinava que os israelitas somente poderiam comer, na celebração, carne assada de cordeiro, ervas amargas (que simbolizavam a amargura da escravidão) e pão sem fermento (para lembrar que o povo saiu às pressas e não teve tempo de levedar a massa). A celebração se dava no Templo e, após sua destruição, no ano 70 da era cristã, a Páscoa passou a ser comemorada pelos judeus sem o sacrifício do animal, mas apenas com orações e jejum, conversão e arrependimento dos pecados.
Para os Cristãos, contudo, a Páscoa passou a ter um sentido especial. Jesus foi crucificado em uma sexta-feira de Páscoa (para os judeus, a festa não tem que acontecer necessariamente em um domingo). Dessa forma, Jesus foi considerado como sendo o próprio cordeiro pascal, preparado pelo Pai para realizar o sacrifício definitivo. O cordeiro tinha que ser perfeito, sem pecado. Não poderia ter nenhum de seus ossos quebrados. Seu sangue tinha que ser derramado em favor dos pecadores. Inúmeras passagens do Antigo Testamento apontam para o sacrifício vicário de Jesus, como, por exemplo, o capítulo 53 de Isaías, escrito mais ou menos 600 anos antes do nascimento do Nazareno, e que descreve minuciosamente a morte do Servo do Senhor.
Mesmo após a morte vicária de Jesus, grupos de judeus convertidos à nova doutrina insistiam em manter o ritual de sacrifício de animais. Por este motivo, o autor da carta aos Hebreus dedica grande parte de suas reflexões a explicar que o sacrifício vicário de Jesus fora único, suficiente, e, portanto, não se repetiria: “... não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hebreus, capítulo 9, verso 12). “Jesus, porém, tendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita do Pai...” (capítulo 10, verso 12).
Esta é a nossa Páscoa. É agradecer por aquele que, embora fosse igual a Deus, tornou-se homem e morreu pela humanidade. Seu sacrifício foi oferta única e suficiente. Mas a morte não o venceu, e o Poder de Deus o ressuscitou ao terceiro dia. Depois de ter falado a centenas de pessoas, e de ter sido tocado (não era apenas espírito) durante quarenta dias, subiu aos céus, tendo recebido um Nome que está acima de todo nome, e pelo qual importa que sejamos salvos.
Foi por amor que Ele tomou o cálice da ira, da justiça de Deus. Foi por amor. Quanto aos chocolates, comam, são deliciosos. Mas que isto não impeça de proclamar que há mais de dois mil anos alguém se ofereceu para morrer em seu lugar, e no lugar de seus filhos, e no lugar de seus pais, porque para Ele não existe barreira de tempo. Esta é a nossa Páscoa.
Há duas semanas, Anis Leão publicou na Folha do Povo, em Itaúna-MG, um texto de beleza inenarrável, sobre os motivos de sua adoração ao Espírito Santo. Veio como sonda a varrer meu interior. Senti que o próprio objeto da adoração falava pela pena de Anis. E quero dizer que adoro o Espírito Santo porque Ele me convenceu, com sua Graça Irresistível, que Ele mesmo, Poder de Deus, estava ali para ressuscitar o Filho e vencer o aguilhão da morte. Esta é a nossa Páscoa.
Os hebreus celebraram a Páscoa pela primeira vez na noite que antecedeu à saída do Egito. Embora pareça não haver conexão entre aquela e esta Páscoa que celebramos atualmente, o objetivo, na verdade, permanece o mesmo, o de festejar a libertação. Naquela ocasião, cada família deveria sacrificar um cordeiro macho, sem defeito, e comer toda a carne. O sangue do animal deveria ser aspergido na porta de entrada da casa, em sinal de consagração. Nas gerações seguintes, os hebreus mantiveram a festa da Páscoa em memória da grande libertação da escravidão vivida no Egito. O ritual determinava que os israelitas somente poderiam comer, na celebração, carne assada de cordeiro, ervas amargas (que simbolizavam a amargura da escravidão) e pão sem fermento (para lembrar que o povo saiu às pressas e não teve tempo de levedar a massa). A celebração se dava no Templo e, após sua destruição, no ano 70 da era cristã, a Páscoa passou a ser comemorada pelos judeus sem o sacrifício do animal, mas apenas com orações e jejum, conversão e arrependimento dos pecados.
Para os Cristãos, contudo, a Páscoa passou a ter um sentido especial. Jesus foi crucificado em uma sexta-feira de Páscoa (para os judeus, a festa não tem que acontecer necessariamente em um domingo). Dessa forma, Jesus foi considerado como sendo o próprio cordeiro pascal, preparado pelo Pai para realizar o sacrifício definitivo. O cordeiro tinha que ser perfeito, sem pecado. Não poderia ter nenhum de seus ossos quebrados. Seu sangue tinha que ser derramado em favor dos pecadores. Inúmeras passagens do Antigo Testamento apontam para o sacrifício vicário de Jesus, como, por exemplo, o capítulo 53 de Isaías, escrito mais ou menos 600 anos antes do nascimento do Nazareno, e que descreve minuciosamente a morte do Servo do Senhor.
Mesmo após a morte vicária de Jesus, grupos de judeus convertidos à nova doutrina insistiam em manter o ritual de sacrifício de animais. Por este motivo, o autor da carta aos Hebreus dedica grande parte de suas reflexões a explicar que o sacrifício vicário de Jesus fora único, suficiente, e, portanto, não se repetiria: “... não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hebreus, capítulo 9, verso 12). “Jesus, porém, tendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita do Pai...” (capítulo 10, verso 12).
Esta é a nossa Páscoa. É agradecer por aquele que, embora fosse igual a Deus, tornou-se homem e morreu pela humanidade. Seu sacrifício foi oferta única e suficiente. Mas a morte não o venceu, e o Poder de Deus o ressuscitou ao terceiro dia. Depois de ter falado a centenas de pessoas, e de ter sido tocado (não era apenas espírito) durante quarenta dias, subiu aos céus, tendo recebido um Nome que está acima de todo nome, e pelo qual importa que sejamos salvos.
Foi por amor que Ele tomou o cálice da ira, da justiça de Deus. Foi por amor. Quanto aos chocolates, comam, são deliciosos. Mas que isto não impeça de proclamar que há mais de dois mil anos alguém se ofereceu para morrer em seu lugar, e no lugar de seus filhos, e no lugar de seus pais, porque para Ele não existe barreira de tempo. Esta é a nossa Páscoa.
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