Ich! Deu bode!... Quando escrevi o diálogo inicial no último texto, pensei que estivesse bastante óbvia a ironia aos que ignoram a necessidade imediata da população carente e apenas dizem ao pedinte que ele precisa é de Jesus. É claro que ele precisa de Jesus! Mas não dá pra fingir que o estômago não está roncando de fome!
Fui ingênua ao pensar que minha postura irônica seria percebida logo de cara. Ora, entre a intenção do autor (também a intenção do texto - Alô, Umberto Eco!!) e a interpretação do leitor pode existir um abismo! Então aproveito para reforçar minha posição: é insano ignorar a necessidade imediata da população carente e pregar apenas um Jesus distante, que não se preocupa com sua realidade e suas necessidades. Mas também penso que dar esmolas não é suficiente, e isto digo para aqueles que se sentem muito bonzinhos porque o fazem!
E, mesmo ao dar esmolas, é preciso ter uma boa "peneira".
Se o cidadão simplesmente sair dando um real a todo mundo que lhe pede, em menos de um mês terá que se juntar a eles para descolar uns trocados pro marmitex.
Não existe solução simples e imediata para o problema da fome nas cidades. Nem por isto estamos autorizados a desistir de tentar!
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