sexta-feira, abril 27, 2007

ESSAS COISAS IMPORTANTES DA VIDA

Dia desses recebi por e-mail uma crônica natalina assinada por Maitê Proença. Juntamente com a crônica, vieram respostas e comentários de entre um grupo de pessoas que recebeu o mesmo e-mail. Em um desses comentários, um moço disse que Deus com face feminina não é legal, em resposta ao que a autora disse: “O Deus que hoje reconheço tem a face feminina, é doce, tolerante, compreensivo e infinitamente bom”. Como gosto de dar pitaco sobre essas coisas, resolvi escrever. Este aqui é um texto despretensioso. Nada de ficar debatendo, rebatendo, atacando. Isso não. Apenas quero compartilhar o que tenho formulado nesses dias, eu e meu co-autor, o travesseiro.
Deus com face feminina soa mesmo como um banquete para as feministas mais fervorosas. Mas a coisa é séria e requer cuidado. É terreno delicado. O certo é que a discussão não foi inaugurada por Maitê. Não mesmo. Muito antes dela, estudiosos respeitadíssimos entraram por esses meandros. E agora também eu - que não disponho de muita coisa além de minha Bíblia e minha fé, algumas leituras prévias e minhas orações, e uma sensação profunda de que sei muito pouco a respeito de Deus.
Em tempos pós-modernos, contra todos os argumentos contrários, creio no Deus da Bíblia. Creio que é um e que são três. E que este Um é muito maior do que tudo que minha pobre imaginação poderia dizer sobre Ele. Não imagino que Ele seja produto de minha imaginação. Antes, Ele me criou. E, mais, criou-me a sua imagem e semelhança. E criou minha família a imagem e semelhança de Sua família, a quem chamamos de Trindade. É a família perfeita. É onde a individualidade é respeitada, mas de forma alguma essa individualidade é mais importante que a unidade.
Pensando sobre a perfeição da Trindade, matutei um tempo sobre o argumento Católico Romano de que Maria seria a mãe da Igreja, porque ninguém nasce sem mãe. Realmente uma família perfeita possui pai e mãe e filhos. Nós somos os filhos, irmãos mais novos de Jesus. O Espírito é quem nos une ao Pai, a partir do sacrifício de um como nós, o Filho. E onde estaria a mãe? E foi então que me maravilhei ao perceber que não falta nada não, que todas as características de um pai perfeito e de uma mãe perfeita são encontradas em Deus Pai. Todas.
E então entendi o que a Maitê quis dizer. Imagino que ela não estivesse dizendo que Deus seja uma mulher. Porque não é, nem nunca foi, nem vai ser. Quando a autora utiliza os adjetivos “doce, tolerante, compreensivo”, ela automaticamente identifica Deus com uma mãe. Não que um pai não seja nada disso. Mas são figuras de linguagem. E, sob esse ponto de vista, concordo com o que ela disse. O Deus que criou tanto o Homem quanto a Mulher a sua imagem e semelhança não poderia ter apenas uma face masculina. Ele sabia o que estava fazendo e amou aos dois igualmente, homem e mulher, e soube entender os dois igualmente, e soube disciplinar os dois, e tem-se relacionado com os dois, ano após ano, milênio após milênio, durante um período que aprendemos a chamar de tempo, que fica entre duas eternidades.
Um perfeito criador, um perfeito pai, uma perfeita mãe. Um filho perfeito. Quanto a nós, homens e mulheres, somos um projeto eterno. Fomos imaginados antes da fundação do mundo e viveremos eternamente, graças ao Cordeiro que foi morto, mas venceu.
Sim, Maitê Proença, o Clarão tem nome e é de uma bondade infinita. Nós sabemos.